11 de janeiro de 2010

Tc de Perfusão

Actualmente, existem várias técnicas utilizadas para avaliar a perfusão cerebral, incluindo Tomografia por Emissão de Positrões (PET), Tomografia Computorizada por Emissão de fotão único (SPECT), Tomografia Computorizada com Xénon (TC) e a Ressonância Magnética (RM) de perfusão, mas estas modalidades, no entanto, apresentam algumas limitações como o custo, avaliação limitada e /ou a tolerância do paciente.


A teoria da TC de perfusão foi desenvolvida em 1980, contudo só foi possível o seu uso clínico com a introdução da TC multi-corte, porque esta aumenta a cobertura anatómica, diminuindo o sinal ruído.

O que é?

É uma técnica imagiológica que permite uma avaliação quantitativa da hemodinâmica cerebral de uma forma rápida e não invasiva através de mapas do fluxo sanguíneo cerebral (CBF), volume sanguíneo cerebral (CBV) e tempo médio de trânsito(MTT).

Aplicações

Essencialmente a TC de perfusão é utilizada a nível cerebral para detectar vasospasmo após hemorragia subaracnóideia, isquémia cerebral, enfarte. Contudo, também pode ser utilizada noutras regiões do corpo para detectar tromboembolismo pulmonar, cirrose, pós – transplante e diferenciar doenças inflamatórias como tuberculose de doenças neoplásicas na medula espinhal da coluna cervical.

Técnica

Qualquer aparelho de TC multi-corte, independentemente do fabricante, podem efectuar esta técnica, desde que contenham o software específico e o injector.

Esta técnica é baseada na relação entre o preenchimento das artérias, dos tecidos e das veias, após a primeira passagem do contraste. Vários cortes são adquiridos simultaneamente na mesma localização para permitir a determinação das curvas de atenuação/ tempo

A atenuação do contraste é directamente proporcional à concentração (densidade) do contraste, sendo expresso em unidades de Hounsfield (UH). Dos cortes adquiridos pela injecção de contraste deve conter pelo menos um corte sem contraste para actuar como referência. O corte referência é subtraído ou por pixel a pixel ou por região, às imagens restantes de modo a obter os dados atenuação/tempo.


Após aquisição das imagens, são enviadas e processadas nas workstations, através de dois métodos (método de “declive” e método desconvolução), para obter os mapas de perfusão, CBV, CBF e MTT.

Dose


A dose da TC perfusão é baixo kv 80 e 100mA, a dose efectiva requerida pela perfusão é 2,9-3,0 mSv e é apenas um pouca mais alta que a rotina, 1,5 – 2,5 mSv. Esta dose equivalente é menos que a dose obtida com a PET ou SPECT, e é comparável a TC xénon.

Limitação

A maior limitação é amostra de volume de cobertura – Todos os aparelhos de TC têm um máximo de FOV axial de cerca de 20cm. Isto limita a secção do órgão de interesse a ser estudado.

Bibliografia
 
• Miles. K et all. Perfusion CT: a worthwhile enhancement? British Journal of Radiology, 2003, volume 76, págs 220-231;


• Reiser.F. et all. Multislice CT, Springer, 2009, 3ºedição, Pág.113 – 123;

• Konstas,A et all. Theoretic Basis and Technical Implementations of CT Perfusion in Acute Ischemic Stroke, Part 2: Technical Implementations. American Journal of Neuroradiology.2009. Volume 30. págs. 885-892.