16 de agosto de 2009

Micro Ressonância Magnética e Tomografia quantitativa computorizada periférica

A densitometria óssea determina a Densidade Mineral Óssea (DMO) através de várias técnicas como por exemplo a Radiografia Convencional, Absorciometria Bifótónica com Raios-x, Absorciometria Monofótónica com Gadolínio, Tomografia Quantitativa Compurizada, Ultrassonografia Quantitativa Transaxial, Cintigrafia óssea de Tc Disfosfonato, Biopsia óssea entre outros. Estas técnicas medem a densidade dos minerais (como cálcio) nos ossos. A DMO tem como factores de risco factores genéticos, idade, sexo, estrogénios, factores nutricionais, estilo de vida, exercicio fisico, corticoides.

A medida de DMO é um substituto para a força do osso. A força do osso engloba vários componentes que não podem ser separados como a geometria e arquitectura do osso, porosidade cortical e densidade do tecido mineralizado. Por isso, o interesse na medição destes componentes individuais e a força óssea directamente não é compreendida. Existem novas abordagens que abordam e ultrupassam as medições convencionais da DMO.


Micro Ressonância Magnética
É um método novo para visualizar a micro-arquitectura do osso, usando RM de Alta-Resolução. Engloba um software pós-processamento que converte as imagens de RM da micro-arquitectura do osso em 3D com a possibilidade de medir automaticamente ou manualmente. A micro-RM pode também fornecer uma antena especifica para a RM de Alta-Resolução. Os investigadores têm usado a combinação do software pós-processamento com uma sequência alterada spin-eco designada por FLASE( Fast Large Angle Spin Echo).
Este método não é usado na pratica rotineira apesar de ser uma método não invasivo para visualizar os elementos estruturais do osso trabecular.
Aquisição da Imagem:
A sequência utilizada da micro-RM é o Fast Large Angle Spin Echo(FLASE). A sequência FLASE permite a aquisição das imagens dos voxeis, minimizando os artefactos de movimento e os efeitos de susceptibilidade. As estruturas trabeculares do osso apresentam uma resolução de 150µm e esta sequência o FLASE permite uma resolução de cerca de 80µm, não conseguida numa sequência de Alta-Resolução.
Comparando a imagem de uma técnica de RM de alta-resolução (Figura 1) com a micro RM (Figura 2) as diferenças são notáveis.







Figura 1 - RM de alta-resolução
Figura 2 - micro RM




Figura 3 - Reconstrução 3D apartir da micro RM



Na micro-RM, o volume de interesse é matematicamente extraído e reconstruído a 3D, tornando-se uma imagem que representa a fracção do volume do osso em relação a cada localização do voxel. Com este tipo de informação de RM, é designado como uma análise topológica, onde se pode quantificar a natureza da arquitectura trabecular, e se apresenta também uma escala de análise onde se quantifica o número de trabeculas ou a espessura da trabecula.


Vantagens:
  • Não invasiva;
  • Sem radiação ionizante;
  • Estrutura cortical e trabecular 3D;
  • Os aparelhos clinicos podem ser adaptados;
  • Efeitos relacionados com o tratamento.
Limitações:
  • Limitado ao esqueleto apendicular;
  • Informação limitada como por exemplo, não existe informação de fractura;
  • Tecnicamente exigente.
Alta-Resolução T.Q.C

A Alta-Resolução de Tomografia Quantitativa Computorizada periférica (TQCp) baseia-se da análise de atenuação da radiação no esqueleto apendicular do corpo humano, permitindo a visualização separada das estruturas corticais e trabeculares como um valor verdadeiro valor volumétrico da DMO. É vantajoso porque esses tipos de osso são muito heterogeneos e têm carcteristicas temporais distintas de remodelação que reflete as diferenças metabólicas. é executada em baixa dose de radiação. As diferenças são melhor visualizadas nas reconstruções (Figura 5 e 6) que nas aquisições (Figura 4).





Figura 5 - reconstrução da TC

Figura 4 - imagens de alta-resolução TQCp







Figura 6 - Reconstrução 3D


Devido ao TQCp é possivel obter as medições volumétricas, permitindo calcular o total da densidade mineral óssea, separar totalmente o osso trabecular, obter uma densidade trabecular pura, dividir a densidade trabecular nas várias porções e também isolar o osso cortical para obter a densidade cortical do osso puro.

A alta-resolução permite analisar a escala e visualizar a fracção de volume do osso trabecular, o número e a espessura das trabeculas, espessamento trabecular e espessura trabecular.

Vantagens:
  • Arquitectura e densidade em 3D;
  • Reduzido tempo de exame;
  • Baixa radiação;
  • Visualiza mudanças relacionadas com a idade e fracturas.
Limitações:
  • Limitado ao radio e tibia;
  • Equipamento especial;
  • Não há informação sobre a previsão de fractura;
  • Referências limitadas e informação relacionada com terapia.

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